Texto e fotos: Divulgação/ASN Amazonas |
Na última semana, o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-AM) recebeu um grupo de empresários da empresa canadense CGX Energy, atuantes na Guiana Inglesa, país fronteiriço do Brasil. Os estrangeiros estiveram na capital amazonense para visitar diversos espaços de incentivo ao agronegócio e serviços fluviais. Eles buscam por intermédio do Sebrae, parcerias que promovam benefícios simbióticos e mútuos em termos de lucro, bem como impulsionar a conservação, sustentabilidade e aprendizagem intercultural.
Focada na exploração de petróleo na Bacia Guiana-Suriname e no desenvolvimento de um porto em águas profundas em Berbice, a CGX Energy pretende expandir os produtos nacionais e internacionais com menor tempo em logística e melhor qualidade no recebimento dos itens. Para criar conexões com empresários locais, a comissão guiana visitou as dependências da Rede Petro Energia Amazonas, Federação das Indústrias do Amazonas (FIEAM), Agência de Inovação e Tecnologia da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Federação de Agricultura do Amazonas (FAEA), Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) e o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae- AM).
A Diretora Administrativa e Financeira, Adrianne Antony Gonçalves, considerou a visita dos empresários uma “abertura de novos caminhos para os clientes que o Sebrae abraça” e que “nesses encontros surgem boas ideias de compartilhamento”, complementou.
De acordo com a gestora de projetos voltados para o segmento de Petróleo, Gás e Energia no Sebrae, Noira Auzier, o encontro é importante para o mercado local. “É possível vislumbrar oportunidade de novos negócios para as pequenas empresas amazonenses e o mercado da própria Guiana, essa conexão poderá trazer bons frutos às pequenas empresas que atuam na cadeia de Petróleo e Gás, fornecedoras de bens e serviços”.
Para o Copresidente Executivo da CGX Energy, Suresh Narine, o Sebrae é fundamental para os encontros que ocorrem no Amazonas e em Roraima. “Eles organizam reuniões em curto prazo com produtores, elevadores de grãos, empresas de transporte, empresas de serviços, empresas de engenharia, empresas de construção naval etc. Queremos ampliar também esta colaboração com universidades e centros técnicos para benefício mútuo.”
Segundo Narine, o novo porto em construção em Berbice quer fornecer uma porta de entrada para os produtos de Amazonas e Roraima para o mundo. “Nosso porto está sendo construído a 4,8 km do Oceano Atlântico, os produtos do Amazonas que passarem por essa porta de entrada para o mundo terão que percorrer menos da metade da distância que atualmente percorrem para chegar aos mercados da Europa e da América do Norte”, explicou.
O porto também permitirá que insumos no Amazonas e Roraima, como calcário, fertilizantes, têxteis, lubrificantes, combustíveis e outros bens de consumo importantes, cheguem aos consumidores com custos significativamente reduzidos, além da diminuição coletiva de carbono, combustível, tempo e proteção de produtos perecíveis de boa qualidade até aos seus mercados finais.
Outros objetivos da visita estão relacionados a troca de interesses acadêmicos. Como professor da Trent University no Canadá, Suresh Narine, afirmou que a universidade da América do Norte também demonstra interesse na biodiversidade local, no aproveitamento de frutas da Amazônia e no entendimento da funcionalidade científica fundamental dos ingredientes dessas frutas para a saúde, cosmética e nutrição.
“O Brasil é líder mundial na colheita sustentável da floresta, e nossa universidade, é líder mundial em materiais funcionais feitos de fontes naturais, por isso, queremos ampliar esta colaboração com universidades e centros técnicos no Amazonas e em Roraima, para melhorar de forma mútua as práticas agrícolas”, enfatizou ele.
Porto de Berbice
O Porto de Águas Profundas está sendo construído às margens do rio Berbice, na Guiana Inglesa. Possui acesso conveniente a partir dos estados de Roraima e Amazonas e permitirá que navios de 50 mil toneladas possam movimentar cargas brasileiras. Todavia, ainda não é um porto estritamente de águas profundas – não será aprofundado para receber navios Panamax até e a menos que a carga brasileira chegue ao porto com volumes suficientemente grandes. Porém, segundo a CGX Energy, em caso de atuação com congêneres brasileiros, o porto terá capacidade para receber navios Handysize – ou seja, navios de até 50 mil toneladas.