Texto e foto: Luiggi Bacelar/Casa Cultural Ayédùn |
Dando continuidade à programação da 5ª edição do Festival de Primavera, a Ilé Àṣẹ Ayédùn realizou, no último sábado (04/10), uma nova etapa do evento em duas localidades distintas: a Comunidade São João do Tupé, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Tupé, e a Comunidade Santo Antônio do Tarumã Açu, localizada no Km 898 da BR-174. As ações aconteceram de forma simultânea, reunindo atividades educativas, recreativas e solidárias que marcaram mais uma expansão do festival para novos territórios.
Esta foi a segunda vez que o Festival de Primavera ultrapassou os muros da sede da casa, localizada no bairro Planalto, em Manaus. Em 2024, o evento já havia chegado à comunidade da BR-174, consolidando o compromisso da Ilé Àṣẹ Ayédùn em descentralizar suas ações. A grande novidade desta edição foi a realização no Tupé, uma localidade situada a cerca de uma hora de barco da Marina do Davi, na margem oposta do Rio Negro.
Na Comunidade São João do Tupé, as crianças participaram de uma manhã de brincadeiras, com distribuição de brinquedos, roupas e cestas básicas, além do funcionamento do Brechó Solidário e da realização de uma palestra sobre prevenção de acidentes domésticos na infância, ministrada pela médica e presidente do Instituto Puxirum, Dra. Paula Lopes, que também integra a Casa Cultural Ayédùn.
“Expandir o festival para o Tupé representa mais do que uma travessia geográfica: é o símbolo da nossa missão de atravessar fronteiras, de levar solidariedade, afeto e aprendizado para novos espaços. Foi um momento de escuta e troca muito rico. Tivemos a oportunidade de compartilhar saberes sobre prevenção, mas também de ouvir as experiências das mães, pais e responsáveis.
Esse diálogo é o que fortalece o vínculo entre as ações que fazemos e as pessoas que alcançamos”, destacou Paula.
A presidente da comunidade do São João do Tupé, Cleiciane Souza, ressaltou a importância da presença da Ilé Àṣẹ Ayédùn e de seus parceiros na Feira de Artesanato e Culinária, promovida pelo Grupo de Mulheres Flor da Margem do Tupé.
“O festival contribuiu muito com a nossa feira e trouxe alegria para as crianças e famílias. Espero que possamos receber mais vezes essas atividades, porque muitas pessoas procuram a comunidade para propor ações, mas poucas realmente acontecem. A presença da Casa Cultural Ayédùn foi muito importante para nós”, afirmou Cleiciane.
Enquanto isso, na BR-174, na Comunidade Santo Antônio do Tarumã Açu, foram entregues cestas básicas em ação conjunta com o Festival dos Morcegos, evento tradicional idealizado pelo farmacêutico Marcos Santos.
“Essa já é a segunda edição em que o Festival de Primavera contribui com a comunidade. Desta vez, com a entrega de cestas básicas, além de roupas, calçados e brinquedos. É uma ação que impacta positivamente a vida das pessoas e mostra como a solidariedade pode se multiplicar”, destacou Santos, idealizador do Festival dos Morcegos, que desenvolve atividades socioambientais e tem o objetivo de desconstruir a imagem negativa dos morcegos.
A expectativa é de que, nas próximas edições, o Festival de Primavera alcance ainda mais comunidades, mantendo seu compromisso com a solidariedade, a formação cidadã e o fortalecimento de vínculos entre os territórios.
Sobre o Festival de Primavera
Realizado desde 2019, o Festival de Primavera da Ilé Àṣẹ Ayédùn é a iniciativa mais antiga da casa e nasceu com o propósito de promover momentos de convivência, solidariedade e formação cidadã. O evento reúne, a cada edição, atividades culturais, palestras educativas e ações sociais voltadas à comunidade, sempre com foco em disseminar valores como o cuidado, o acolhimento e o fortalecimento coletivo. Ao longo dos anos, o festival se consolidou como um espaço de aprendizado e partilha, ampliando gradualmente seu alcance para novas localidades.
A primeira etapa do Festival de Primavera 2025 ocorreu no dia 27 de setembro, na sede da Ilé Àṣẹ Ayédùn. O evento reuniu famílias em um dia de atividades culturais, educativas e solidárias, com palestras, brincadeiras para as crianças e a tradicional distribuição de cestas básicas e roupas pelo Brechó Solidário. A edição também marcou a estreia da exposição “Colorindo Flores”, organizada pela Casa Cultural Ayédùn, com telas produzidas por jovens participantes de oficinas de pintura com tinturas naturais realizadas ao longo do ano.