Texto e fotos: Divulgação/Assessoria |
Há dois anos um projeto tem feito a diferença no dia a dia de crianças e adultos que passam pelo Hospital Regional José Mendes, em Itacoatiara. Trata-se do Médicos do Entretenimento, formado por estudantes da Afya Faculdade de Ciências Médicas, que visitam, quinzenalmente, as enfermarias da unidade hospitalar, arrancando sorrisos e momentos de descontração, caracterizados de palhaços.
Desde a sua criação, as visitas já alcançaram mais de 3,5 mil pessoas. Idealizado pelo professor da Afya, Cláudio Rabelo dos Santos Neto, a iniciativa utiliza a arte da palhaçaria para tornar o ambiente hospitalar mais humano e acolhedor e, dessa maneira, proporcionar momentos de alegria aos pacientes, acompanhantes e profissionais da saúde.
“O fato de estarem em um hospital, precisando de cuidados, torna as pessoas, independente da idade, vulneráveis. Por isso, ter essas oportunidades de escuta, interação e alegria faz total diferença na experiência da internação. Isso vai ao encontro do que preconiza a política de humanização do Sistema Único de Saúde (SUS)”, explica.
Segundo Cláudio Rabelo, o retorno dos pacientes durante as visitas é muito positivo. “É perceptível o quanto faz diferença no dia do paciente. Os adultos, que inicialmente tendem a não interagir e conversar, acabam, ao longo da visita, se soltando, contando suas histórias. No final, sempre estão sorrindo e agradecendo. Já as crianças, normalmente ficam entusiasmadas, participam das brincadeiras e, mesmo que por um breve momento, esquecem que estão no hospital”, relata.
Cláudio Rabelo conta que na sua adolescência participou de atividades de teatro, e quando começou a dar aula no curso de Medicina surgiu a ideia de unir arte com os ensinamentos. “Eu comecei a estudar e ler bastante sobre grupos que desenvolvem trabalhos do tipo em hospitais, para me inspirar e, a partir disso, elaborei o projeto Médicos do Entretenimento. Entendo que esse trabalho, desenvolvido pelos alunos, é importante para as pessoas que recebem a visita, e para a formação profissional dos futuros médicos”, acrescenta.
Atualmente, o Médicos do Entretenimento conta com a participação de 20 estudantes do curso de Medicina da Afya Itacoatiara. Entre eles, o aluno do 4º período Joanes de Oliveira Abreu, que há um ano e meio entrou para o grupo dos Médicos do Entretenimento. Joanes diz que o projeto oferece a oportunidade de levar um pouco de leveza e descontração para os pacientes e seus acompanhantes. “Eu decidi participar do projeto por acreditar no poder transformador do sorriso e da alegria, especialmente em um ambiente hospitalar”, destaca.
Joanes diz que o que mais o impactou no projeto, foi entender a importância da humanização na saúde. “Ver como um simples sorriso e uma brincadeira podem transformar o dia de alguém, fazendo com que, por alguns instantes, os pacientes esqueçam seus problemas e o ambiente hospitalar, é algo que me emociona profundamente. As palavras de gratidão das mães, relatando a melhora no estado de espírito de seus filhos após nossas visitas, são a maior recompensa”.
De acordo com o estudante, a experiência no projeto é fundamental na sua formação como médico. Para ele, a vivência no projeto permite observar o ambiente hospitalar sob uma nova perspectiva, compreendendo melhor as necessidades dos pacientes e seus familiares. Além disso, a necessidade de pensar rápido e agir de forma positiva em diferentes situações contribui para o desenvolvimento do meu raciocínio clínico e da minha capacidade de comunicação. “Não tenho dúvida de que essa experiência me ajudará a ser um médico mais humano e acolhedor, capaz de estabelecer uma relação mais próxima e empática com os pacientes”, avalia.
Já a estudante do terceiro período Allyka Cavalcante Silva está na expectativa de iniciar as visitas, pelo projeto. Ela passou a integrar o grupo há algumas semanas e em breve vai viver a experiência pela primeira vez. “Eu acredito que o projeto vai me proporcionar momentos de muito crescimento pessoal, me mostrando como ser uma profissional melhor no futuro, preocupada com o próximo e entendendo a dor do paciente”, observou.
Preparação – Para realizar as visitas, os estudantes passam por treinamentos semanais para praticar suas habilidades como palhaços. São aulas de artes cênicas, maquiagem, improviso, entre outras. O professor Cláudio Rabelo explica que as atividades são ministradas por ele e por artistas convidados, que desenvolvem trabalhos como palhaço. “A mensagem principal que busco passar é que, a partir do momento em que estão maquiados e vestidos do personagem, eles deixam de ser alunos de Medicina para se tornarem palhaços, cujo objetivo é arrancar sorrisos”.
