Texto: Divulgação/Fapeam |
Fotos: DivulgaçãoSamuel Rodrigues Barbosa |
Um espaço que promove o acesso a informações sobre a temática do solo, permite a troca de experiências, desperta responsabilidades socioambientais, e ideias e ações inovadoras, além da conscientização da preservação e conservação do solo, esse é o Museu de Solos da Amazônia (Musoam), um projeto apoiado pelo Governo do Estado, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), que está localizado em Itacoatiara (176 KM distante de Manaus).
O projeto levado adiante por pesquisadores da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) do município visa a integração da ciência, educação e da natureza, por meio da disseminação do conteúdo sobre solos na região, com maior acessibilidade, interação e metodologias de fácil compreensão.
Sob a coordenação do doutor em Ciência do Solo, Luís Antônio Coutrim dos Santos, do Centro de Estudos Superiores de Itacoatiara (Cesit/UEA), o projeto foi fomentado pelo Programa Biodiversa/ Fapeam: CT&I para Ambiência e Biodiversidade no Estado do Amazonas.
O acervo dispõe de mais de 50 monolitos de solos, que são perfis de solos preservados de interesse pedológico, de ambientes representativos da região amazônica, e que não tiveram a intervenção do homem no ambiente natural. No espaço também é possível conhecer a coleção de cores de solos, por meio de oficinas que demonstram as diferentes cores, sendo possível discutir e explicar sua origem.
A iniciativa que proporciona aos visitantes uma vivência lúdica e interativa traz explicações sobre o solo como: composição, diferentes texturas, porosidade, consistência, infiltração, retenção de água, simulador de erosão, magnetismo entre outras temáticas que são abordadas no museu.
Dentre os materiais presentes no museu, os monolitos de solos recebem destaque, e foram coletados em diferentes ambientes da região Norte do país, como Roraima e Pará. No Amazonas, os materiais são oriundos dos municípios de Apuí, Itacoatiara, Silves, Itapiranga, Presidente Figueiredo, Rio Preto da Eva, Urucurituba, entre outros.
Relevância
O coordenador explica que estudar solos, rochas e minerais são questões relevantes, mas que constantemente são deixadas de lado pela sociedade. Segundo ele, as rochas e minerais possuem grande importância e diversas utilidades dentro e fora da região, uma vez que servem também como registros da história da humanidade.
Algumas formações rochosas também são utilizadas como pontos turísticos, mas não trata somente disso, pois os minerais e rochas podem atingir vários setores como da indústria, construção civil, perfumaria (embalagens de produtos e desenvolvimento de fragrâncias), farmacêutica, geração de energia em usinas termoelétricas com o uso do carvão mineral, dentre outros.
“A utilização do solo, como recurso natural para produção de bens e serviços, pressupõe que o usuário tenha minimamente uma visão global de suas características e principais pontos limitantes ao uso. Ciente disso, o uso consciente dos solos amazônicos faz-se necessário para garantir sua utilidade, seja ela econômica ou ambiental”, explicou.
Outro ponto que Luís Antônio destaca é que, atualmente, alguns problemas têm esgotado a capacidade dos solos, sendo a maioria causado ou agravado pela ação humana, dentre esses estão o uso desenfreado do solo na agricultura, aumento da erosão e degradação dos solos.
“A agricultura, na maioria das vezes, não emprega as técnicas que ajudam na preservação do solo. Com isso, a má utilização desse recurso, acaba criando áreas de solo improdutivas, causando prejuízos não somente para o meio ambiente como para os próprios produtores da região” acrescentou.
Visitação
O Museu de Solos da Amazônia é aberto ao público e está localizado no Centro de Estudos Superiores de Itacoatiara (Cesit/UEA). O agendamento para visitação deve ser realizado pelo site em: www.museudesolosdaamazonia.com. Outra ferramenta de popularização do museu são as redes sociais, por meio do Instagram no @museu_de_solos_da_Amazônia. Desde a criação, o museu já recebeu mais de 3,5 mil pessoas, entre alunos, professores, pesquisadores e comunidade em geral.
Biodiversa
O Programa Biodiversa apoia propostas de pesquisa científica, tecnológica e/ou de inovação, ou de transferência tecnológica, coordenadas por pesquisadores residentes no estado, voltadas para caracterização, conservação, restauração, uso sustentável do meio ambiente e exploração sustentável da diversidade amazônica.